domingo, 9 de outubro de 2011

A história ensina

Dizem que na Sicília (?), nos tempos dos césares, um cobrador de impostos federais, gastando demais, para não fazer feio, decretou que o ano teria a metade dos dias normais, assim, dentro do prazo antigo fiscal teria como arrecadar mais.
Os reis, quando aprenderam a fazer moedas, logo passaram a reduzir o tamanho, peso, de suas preciosas pecinhas, podendo usá-las em profusão. O drama era a danada da inflação.
Os imperadores romanos sabiam como agradar o povo, traziam das colônias, que trabalhavam duro, os cerais que distribuíam e as feras e gladiadores para distrair o povo. Era uma maneira de distrair enquanto arrecadavam mais.
Maria Antonieta errou ao mandar jogar brioches para os franceses, faltou pão.
Com o tempo os mandatários aprimoraram suas técnicas. O fundamentalismo religioso, o racismo e a xenofobia vieram para aplacar a população. Criar inimigos, ainda que esportivos, é a forma de distrair o povo. Virou ciência política e consta de manuais de gente inteligente.
Para salvar a pátria de doenças malignas, as epidemias deixavam todos desesperados, a Europa ganhou tremendas igrejas, mosteiros e fogueiras. Para tudo isso o dinheiro era fundamental, assim vieram as indulgências e as doações...
Impostos, doenças, medos e sentimentos patrióticos sempre foram meios de se arrecadar mais. Quem não se esquece da campanha “Ouro para o Brasil” (Ouro para o bem do Brasil) da década de sessenta do século passado? Os velhos devem se lembrar disso.
O que é interessante é o desprezo dos políticos pela memória do povo. Assim alguns recursos de prestidigitação voltam de tempos em tempos. A tal da CPMF é um exemplo clássico; precisam de dinheiro para projetos malucos? Reinventem a CPMF, imposto para a saúde.
Falta dinheiro? Não, as campanhas são caríssimas e os patrocinadores precisam de retorno em relação ao que investiram em seus candidatos.
Nunca vimos uma entrevista tão sincera quanto a dada pelo ex-governador do Distrito Federal (O Dinheiro Manda) na reportagem “Arruda aponta em entrevista políticos que diz ter ajudado com dinheiro” à revista Veja em 18 de março de 2011. Simplesmente ele diz "Infelizmente, joguei o jogo da política brasileira. As empresas e os lobistas ajudam nas campanhas para terem retorno, por meio de facilidades na obtenção de contratos com o governo ou outros negócios vantajosos. Ninguém se elege pela força de suas ideias, mas pelo tamanho do bolso. É preciso de muito dinheiro para aparecer bem no programa de TV. E as campanhas se reduziram a isso", ou seja, temos no Congresso um número significativo de representantes de milionários. Só no Congresso?
Arrecadamos cada vez mais e pagamos juros extorsivos, a favor de quem? Por quê?
Que Brasil é esse? Colônia de quem?
Num dia desses uma pessoa, que admiro muito, comentou a perplexidade de seus pares com a alienação do povo.
Tivesse lido os livros de alguns pensadores talvez entendesse melhor, ou seja, a inteligência é algo eventual. Pior ainda, dentro da fobia consumista, não há salário suficiente. Trabalha-se feito doido, para quê? Comprar vinho estrangeiro e andar com roupas e carros com etiquetas do lado de fora? Andar na neve de lugares chiques? Que friagem...
Freud explica, mas não justifica. Talvez na impotência biológica adotemos fetiches que nada mais servem que anúncios de sexualidade perdida entre ruídos e gases.

Cascaes
16.9.2011
Cascaes, J. C. (s.d.). O Dinheiro Manda. Fonte: Com democracia e honestidade: http://democraciaehonestidade.blogspot.com/2011/09/httpg1.html
Fatorelli, C. (s.d.). Ouro para o bem do Brasil. Fonte: São Paulo minha cidade: http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=2937

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